Diferença entre classes está atrelada ao modo de produção capitalista.
Fábio Medeiros enumera caminhos para o fim desse contraste.
Fábio Medeiros enumera caminhos para o fim desse contraste.
A desigualdade social provocada pela concentração de renda e
o contraste das grandes cidades brasileiras. Esses são assuntos abordados na
aula de sociologia do Projeto Educação desta sexta-feira (9).
De um lado a vida confortável nos apartamentos luxuosos dos
bairros nobres da cidade. De outro, a pobreza, a vida difícil de quem precisa
sobreviver na miséria, muitas vezes, sem condições básicas de higiene, sem
acesso à educação, à cultura, ao lazer. É a desigualdade cada vez mais presente
na sociedade.
"Quando nos deparamos com uma realidade como essa, quem
tem uma visão humanística sente-se muito chocado, sensibilizado, porque é algo
que não se admite na consciência humanística a condição de vida humana diante
de tanto progresso, de tanta tecnologia, de tanto acesso hoje a bens e serviços
que todos podem ter e nos deparamos com uma desigualdade tão visível",
comenta o professor de sociologia Fábio Medeiros.
O primeiro intelectual a falar sobre a desigualdade entre as
classes foi o alemão Karl Marx, criador da doutrina comunista moderna. "A
visão de Karl Marx, que era muito mais economista do que mesmo sociólogo, deu
uma contribuição muito grande ao estudo sociológico. A desigualdade social está
atrelada necessariamente ao modo de produção capitalista que não é justo, não é
igual. Possibilita um processo de desigualdade muito intenso. Então o modo de
produção que visa o lucro, através do acúmulo de capital e da exploração de
trabalho, na visão marxiana é uma visão que possibilita a gente a entender
porque essa desigualdade se estabelece e aqui a gente visualiza isso",
explica Medeiros.
Para Marx, o indivíduo pode fazer suas escolhas, mas as
condições sociais são influenciadas pelas condições econômicas. "Há elementos
que o indivíduo pode fazer suas escolhas, mas as determinações sociais nesse
caso são muito influenciadas pelas determinações econômicas na perspectiva
marxiana. Praticamente a economia, então a concentração de renda, a gente
poderia dizer na mão de poucos, ou daqueles que detêm os meios e os modos de
produção praticamente dizem e estabelecem o processo de desigualdade social, o
que é gritante, lamentável e chocante", diz o professor.
Será que existem caminhos que levam para o fim da
desigualdade social? "O estado pode minimizar essa desigualdade social
através das políticas públicas. Favorecer uma melhor empregabilidade, propiciar
políticas de inclusão social, através da educação, não só formal, mas
profissionalizante, de cultura e lazer, acesso à saúde também que é fundamental
e às condições de moradia dignas. Para isso o estado tem que fazer o seu papel
através da própria função que lhe é cabível, daquilo que o cidadão paga e ele
tem que retribuir pelos impostos que ele recebe com a arrecadação. As classes
sociais, em especial as classes mais altas, elas têm que também se
sensibilizarem para se permitir essa compreensão e esse papel de ação
estatal", conclui Fábio Medeiros.
Fonte: http://g1.globo.com/pernambuco/vestibular-e-educacao/noticia/2012/11/professor-explica-desigualdade-social-partir-da-visao-de-karl-marx.html
Fonte: http://g1.globo.com/pernambuco/vestibular-e-educacao/noticia/2012/11/professor-explica-desigualdade-social-partir-da-visao-de-karl-marx.html
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