sábado, 16 de fevereiro de 2013

Brasil está entre os 3 países com maior desigualdade social


Relatório   da ONU (Pnud), divulgado em julho, aponta o Brasil como o terceiro pior  índice de desigualdade no mundo. Quanto à distância entre pobres e ricos,  nosso país empata com o Equador e só fica atrás de Bolívia, Haiti, Madagáscar,  Camarões, Tailândia e África do Sul. 

Aqui temos uma das piores  distribuições de renda do planeta. Entre os 15 países com maior diferença  entre ricos e pobres, 10 se encontram na América Latina e Caribe. Mulheres  (que recebem salários menores que os homens), negros e indígenas são os mais  afetados pela desigualdade social. No Brasil, apenas 5,1% dos brancos  sobrevivem com o equivalente a 30 dólares por mês (cerca de R$ 54) O  percentual sobe para 10,6% em relação a índios e negros. 

Na América Latina, há menos  desigualdade na Costa Rica, Argentina, Venezuela e Uruguai. A ONU aponta como  principais causas da disparidade social a falta de acesso à educação, a  política fiscal injusta, os baixos salários e a dificuldade de dispor de  serviços básicos, como saúde, saneamento e transporte.

É verdade que nos últimos dez anos  o governo brasileiro investiu na redução da miséria. Nem por isso se conseguiu  evitar que a desigualdade se propague entre as futuras gerações. Segundo a  ONU, 58% da população brasileira mantém o mesmo perfil social de pobreza entre  duas gerações. No Canadá e países escandinavos este índice é de 19%. 

O que permite a redução da  desigualdade é, em especial, o acesso à educação de qualidade. No Brasil, em cada grupo de 100 habitantes, apenas 9  possuem diploma universitário. Basta dizer que, a cada ano, 130 mil jovens, em  todo o Brasil, ingressam nos cursos de engenharia. Sobram 50 mil vagas... E  apenas 30 mil chegam a se formar. Os demais desistem por falta de capacidade  para prosseguir os estudos, de recursos para pagar a mensalidade ou  necessidade de abandonar o curso para garantir um lugar no mercado de  trabalho.

Nas eleições deste ano  votarão 135 milhões de brasileiros. Dos quais, 53% não terminaram o ensino  fundamental. Que futuro terá este país se a sangria da desescolaridade não for  estancada?

Há, sim, melhoras em  nosso país. Entre 2001 e 2008, a renda dos 10% mais pobres cresceu seis vezes  mais rapidamente que a dos 10% mais ricos. A dos ricos cresceu 11,2%; a dos  pobres, 72%. No entanto, há 25 anos, de acordo com dados do IPEA, este índice  não muda: metade da renda total do Brasil está em mãos dos 10% mais ricos do  país. E os 50% mais pobres dividem entre si apenas 10% da riqueza  nacional.

Para operar uma drástica  redução na desigualdade imperante em nosso país é urgente promover a reforma  agrária e multiplicar os mecanismos de transferência de renda, como a  Previdência Social. Hoje, 81,2 milhões de brasileiros são beneficiados pelo  sistema previdenciário, que promove de fato distribuição de  renda.

Mais da metade da população  do Brasil detém menos de 3% das propriedades rurais. E apenas 46 mil  proprietários são donos de metade das terras. Nossa estrutura fundiária é a  mesma desde o Brasil império! E quem dá emprego no campo não é o latifúndio  nem o agronegócio, é a agricultura familiar, que ocupa apenas 24% das terras  mas emprega 75% dos trabalhadores  rurais.

Hoje, os programas de  transferência de renda do governo - incluindo assistência social, Bolsa  Família e aposentadorias - representam 20% do total da renda das famílias  brasileiras. Em 2008, 18,7 milhões de pessoas viviam com menos de π do salário  mínimo. Se não fossem as políticas de transferência, seriam 40,5 milhões. Isso  significa que, nesses últimos anos, o governo Lula tirou da miséria 21,8  milhões de pessoas. Em 1978, apenas 8,3% das famílias brasileiras recebiam  transferência de renda. Em 2008 eram 58,3%.

É uma falácia dizer que, ao  promover transferência de renda, o governo está “sustentando vagabundos”. O  governo sustenta vagabundos quando não pune os corruptos, o nepotismo, as  licitações fajutas, a malversação de dinheiro público. Transferir renda aos  mais pobres é dever, em especial num país em que o governo irriga o mercado  financeiro engordando a fortuna dos especuladores que nada produzem. A questão  reside em ensinar a pescar, em vez de dar o  peixe. Entenda-se: encontrar a porta de saída do Bolsa  Família.

Todas as pesquisas comprovam que os mais pobres, ao obterem um pouco mais de renda, investem em qualidade de vida, como saúde, educação e moradia.

O Brasil é rico, mas não é justo.


FONTE: http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia.asp?cod_Canal=53&cod_noticia=15576
              http://zelmar.blogspot.com.br/2010/08/30-dos-jovens-dormem-menos-que-o.html

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