sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Crise Econômica x Desigualdade Social


Com a atual crise econômica que paira sobre o mundo, a tendência é que a desigualdade aumente. Sem estratégias adequadas, como por exemplo, o conceito de sustentabilidade ser aplicado ao mundo todo, os países subdesenvolvidos ou em processo de desenvolvimento continuarão a ser o alvo de injustiças sociais.
Segundo a revista Forbes, dentre as 10 pessoas mais ricas do mundo todo, Slim Helú (magnata dono de mais de 200 empresas espalhadas pelo México) é quem lidera o ranking dos bilionários com sua fortuna de 53,3 bilhões de dólares. É quase absurdo pensar que todo esse dinheiro está nas mãos de apenas uma pessoa, enquanto a maior parte do continente africano tem seu índice de desenvolvimento humano no nível mais baixo de todos. Segundo o Banco Mundial, é estimado que mais de 1 bilhão de pessoas no mundo todo sobrevivam com apenas 1 dólar ou menos por dia e que quase 3 bilhões tentem sobreviver com apenas 2 dólares ou menos por dia.
Uma estratégia para que a pobreza seja minimizada é o aquecimento do mercado interno de uma nação. Porém, existem ainda outras ações para solucionar o problema. Uma delas é a conscientização social de que a pobreza e a exclusão social é um problema de todos e de todas e que deve ser resolvido por ambos. Deve existir ainda total envolvimento político e revisão de prioridades dentro de um sistema.
Ainda é muito difícil conciliar a ideia mundo globalizado com um mundo livre de desigualdades sociais, pois a globalização, diretamente ligada com a modernização, traz avanços tecnológicos que, mesmo tendo seus benefícios, excluem diversos setores do sistema. Ainda é preciso pensar muito, mas, acima de tudo, agir mais.


Fonte: http://oqueeh.com.br/desigualdade-social-causas-e-consequencias

Contexto Historico das Desigualdades Sociais



A origem da desigualdade social na humanidade está diretamente ligada à relação de poder, estabelecida desde o princípio dos tempos, popularmente conhecida como a 'lei do mais forte'.
       O homem primitivo sempre teve seu lugar de destaque, constituído através da força e da inteligência, onde, por meio de combates e meios de ação mais elaborados, através de um uso mais bem direcionado das aptidões recentemente descobertas, estabelecia domínio e liderança sobre os demais, gerando, assim, as primeiras relações de desigualdade social conhecidas no mundo. Uns detinham as melhores partes da caça, as melhores companheiras sexuais, as melhores habitações, enquanto que outros eram fadados a morrer de fome ou nos próprios enfrentamentos, com os seus semelhantes mais fortes e inteligentes.
       Os aspectos mais relevantes e simples para se estabelecer a diferenciação e logo, a desigualdade entre homens, são os físicos e sociais. Ao longo dos séculos, com a evolução da humanidade, essas relações de desigualdades sociais também apresentaram um aumento em reflexo de como se davam essas mudanças.
Com o advento das relações comerciais, os tipos de desigualdades sociais foram se tornando mais e mais complexos e crescentes, principalmente com a consolidação do capitalismo, com a colaboração e a expansão da industrialização. A antiga sociedade medieval estava, então, sendo transformada, inclusive nos tipos de desigualdades que antes se davam só na relação de poderio entre senhores e vassalos, monarquia e plebe. Com a revolução industrial e a crescente relação comercial estabelecida em todo o mundo, passa a se ter isso em todo o contexto social, e em esferas mais específicas das camadas sociais, como patrão e empregado, por exemplo.
         O capitalismo, como uma das suas principais características, tem o acúmulo do capitalpara girar a “roda da economia”. Então, quem detém o capital é quem tem as melhores condições de moradia, acesso aos recursos, educação, etc. Enquanto  isso, quem está do outro lado como “engrenagem do sistema”, os trabalhadores que não detêm a renda nem o capital, estão na extremidade inferior da relação.  Logo, percebe-se um contexto de desigualdade social, gerada primordialmente pela diferenciação econômica entre pessoas e pessoas, classes e classes, sociedades e sociedades, etc.

   A seguir, temos os conceitos de dois pensadores (Karl Marx e Jean-Jacques Rousseau), que contribuíram fundamentalmente para que pudéssemos compreender e classificar, procurando, com o decorrer do tempo, soluções para o problema da desigualdade social:

  Desigualdade Social na concepção de Rousseau  - Jean-Jacques Rousseau divide a desigualdade social em sua obra, o “Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens” em dois tipos: A física ou natural, que é estabelecida por fatores como força física, idade, condições de saúde e até mesmo a qualidade de espírito do indivíduo; e a desigualdade moral e política, uma espécie de senso comum entre a sociedade, que uma convenção autorizada e consentida pela maioria das pessoas.

   Desigualdade Social na concepção de Karl Marx – Para ele, a desigualdade social era um fenômeno causado pela divisão de classes e que por haverem, nessas divisões, classes dominantes, estas se utilizavam da miséria gerada pela desigualdade social como instrumento de manter o domínio estabelecido sobre as classes dominadas, numa espécie de ciclo.

   A desigualdade era sempre ditada por aqueles que detinham os meios de produção, chamados, no conceito de Marx, de burguesia, sobre os que detinham apenas a sua força de trabalho, também conhecidos na obra de Marx, por proletariado. Marx, apontava, ainda, uma solução para o problema, que seria a implantação do socialismo na sociedade como forma de luta contra as desigualdades, visto que o tipo de regime socialista adotava a igualdade na distribuição de todos os recursos.  E era essa distribuição, controlada pelo Estado, e a população contribuindo, por sua vez, com a sua força de trabalho; porém, sem o acúmulo de capital, que geravam desigualdades.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Brasil está entre os 3 países com maior desigualdade social


Relatório   da ONU (Pnud), divulgado em julho, aponta o Brasil como o terceiro pior  índice de desigualdade no mundo. Quanto à distância entre pobres e ricos,  nosso país empata com o Equador e só fica atrás de Bolívia, Haiti, Madagáscar,  Camarões, Tailândia e África do Sul. 

Aqui temos uma das piores  distribuições de renda do planeta. Entre os 15 países com maior diferença  entre ricos e pobres, 10 se encontram na América Latina e Caribe. Mulheres  (que recebem salários menores que os homens), negros e indígenas são os mais  afetados pela desigualdade social. No Brasil, apenas 5,1% dos brancos  sobrevivem com o equivalente a 30 dólares por mês (cerca de R$ 54) O  percentual sobe para 10,6% em relação a índios e negros. 

Na América Latina, há menos  desigualdade na Costa Rica, Argentina, Venezuela e Uruguai. A ONU aponta como  principais causas da disparidade social a falta de acesso à educação, a  política fiscal injusta, os baixos salários e a dificuldade de dispor de  serviços básicos, como saúde, saneamento e transporte.

É verdade que nos últimos dez anos  o governo brasileiro investiu na redução da miséria. Nem por isso se conseguiu  evitar que a desigualdade se propague entre as futuras gerações. Segundo a  ONU, 58% da população brasileira mantém o mesmo perfil social de pobreza entre  duas gerações. No Canadá e países escandinavos este índice é de 19%. 

O que permite a redução da  desigualdade é, em especial, o acesso à educação de qualidade. No Brasil, em cada grupo de 100 habitantes, apenas 9  possuem diploma universitário. Basta dizer que, a cada ano, 130 mil jovens, em  todo o Brasil, ingressam nos cursos de engenharia. Sobram 50 mil vagas... E  apenas 30 mil chegam a se formar. Os demais desistem por falta de capacidade  para prosseguir os estudos, de recursos para pagar a mensalidade ou  necessidade de abandonar o curso para garantir um lugar no mercado de  trabalho.

Nas eleições deste ano  votarão 135 milhões de brasileiros. Dos quais, 53% não terminaram o ensino  fundamental. Que futuro terá este país se a sangria da desescolaridade não for  estancada?

Há, sim, melhoras em  nosso país. Entre 2001 e 2008, a renda dos 10% mais pobres cresceu seis vezes  mais rapidamente que a dos 10% mais ricos. A dos ricos cresceu 11,2%; a dos  pobres, 72%. No entanto, há 25 anos, de acordo com dados do IPEA, este índice  não muda: metade da renda total do Brasil está em mãos dos 10% mais ricos do  país. E os 50% mais pobres dividem entre si apenas 10% da riqueza  nacional.

Para operar uma drástica  redução na desigualdade imperante em nosso país é urgente promover a reforma  agrária e multiplicar os mecanismos de transferência de renda, como a  Previdência Social. Hoje, 81,2 milhões de brasileiros são beneficiados pelo  sistema previdenciário, que promove de fato distribuição de  renda.

Mais da metade da população  do Brasil detém menos de 3% das propriedades rurais. E apenas 46 mil  proprietários são donos de metade das terras. Nossa estrutura fundiária é a  mesma desde o Brasil império! E quem dá emprego no campo não é o latifúndio  nem o agronegócio, é a agricultura familiar, que ocupa apenas 24% das terras  mas emprega 75% dos trabalhadores  rurais.

Hoje, os programas de  transferência de renda do governo - incluindo assistência social, Bolsa  Família e aposentadorias - representam 20% do total da renda das famílias  brasileiras. Em 2008, 18,7 milhões de pessoas viviam com menos de π do salário  mínimo. Se não fossem as políticas de transferência, seriam 40,5 milhões. Isso  significa que, nesses últimos anos, o governo Lula tirou da miséria 21,8  milhões de pessoas. Em 1978, apenas 8,3% das famílias brasileiras recebiam  transferência de renda. Em 2008 eram 58,3%.

É uma falácia dizer que, ao  promover transferência de renda, o governo está “sustentando vagabundos”. O  governo sustenta vagabundos quando não pune os corruptos, o nepotismo, as  licitações fajutas, a malversação de dinheiro público. Transferir renda aos  mais pobres é dever, em especial num país em que o governo irriga o mercado  financeiro engordando a fortuna dos especuladores que nada produzem. A questão  reside em ensinar a pescar, em vez de dar o  peixe. Entenda-se: encontrar a porta de saída do Bolsa  Família.

Todas as pesquisas comprovam que os mais pobres, ao obterem um pouco mais de renda, investem em qualidade de vida, como saúde, educação e moradia.

O Brasil é rico, mas não é justo.


FONTE: http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia.asp?cod_Canal=53&cod_noticia=15576
              http://zelmar.blogspot.com.br/2010/08/30-dos-jovens-dormem-menos-que-o.html

Poeta da desigaldade social


Professor explica a desigualdade social a partir da visão de Karl Marx

Diferença entre classes está atrelada ao modo de produção capitalista.
Fábio Medeiros enumera caminhos para o fim desse contraste.


A desigualdade social provocada pela concentração de renda e o contraste das grandes cidades brasileiras. Esses são assuntos abordados na aula de sociologia do Projeto Educação desta sexta-feira (9).

De um lado a vida confortável nos apartamentos luxuosos dos bairros nobres da cidade. De outro, a pobreza, a vida difícil de quem precisa sobreviver na miséria, muitas vezes, sem condições básicas de higiene, sem acesso à educação, à cultura, ao lazer. É a desigualdade cada vez mais presente na sociedade.

"Quando nos deparamos com uma realidade como essa, quem tem uma visão humanística sente-se muito chocado, sensibilizado, porque é algo que não se admite na consciência humanística a condição de vida humana diante de tanto progresso, de tanta tecnologia, de tanto acesso hoje a bens e serviços que todos podem ter e nos deparamos com uma desigualdade tão visível", comenta o professor de sociologia Fábio Medeiros.

O primeiro intelectual a falar sobre a desigualdade entre as classes foi o alemão Karl Marx, criador da doutrina comunista moderna. "A visão de Karl Marx, que era muito mais economista do que mesmo sociólogo, deu uma contribuição muito grande ao estudo sociológico. A desigualdade social está atrelada necessariamente ao modo de produção capitalista que não é justo, não é igual. Possibilita um processo de desigualdade muito intenso. Então o modo de produção que visa o lucro, através do acúmulo de capital e da exploração de trabalho, na visão marxiana é uma visão que possibilita a gente a entender porque essa desigualdade se estabelece e aqui a gente visualiza isso", explica Medeiros.

Para Marx, o indivíduo pode fazer suas escolhas, mas as condições sociais são influenciadas pelas condições econômicas. "Há elementos que o indivíduo pode fazer suas escolhas, mas as determinações sociais nesse caso são muito influenciadas pelas determinações econômicas na perspectiva marxiana. Praticamente a economia, então a concentração de renda, a gente poderia dizer na mão de poucos, ou daqueles que detêm os meios e os modos de produção praticamente dizem e estabelecem o processo de desigualdade social, o que é gritante, lamentável e chocante", diz o professor.

Será que existem caminhos que levam para o fim da desigualdade social? "O estado pode minimizar essa desigualdade social através das políticas públicas. Favorecer uma melhor empregabilidade, propiciar políticas de inclusão social, através da educação, não só formal, mas profissionalizante, de cultura e lazer, acesso à saúde também que é fundamental e às condições de moradia dignas. Para isso o estado tem que fazer o seu papel através da própria função que lhe é cabível, daquilo que o cidadão paga e ele tem que retribuir pelos impostos que ele recebe com a arrecadação. As classes sociais, em especial as classes mais altas, elas têm que também se sensibilizarem para se permitir essa compreensão e esse papel de ação estatal", conclui Fábio Medeiros.

Fonte: http://g1.globo.com/pernambuco/vestibular-e-educacao/noticia/2012/11/professor-explica-desigualdade-social-partir-da-visao-de-karl-marx.html